terça-feira, 14 de agosto de 2012

Acorde


... Em alguns meandros,
Parece não ter sentido.
Ainda mais quando, oprimido,
O coração se dilacera a chorar...



Em gritos de sussurros
Lacrimejados nos escuros...
Palavras de augúrio,
Para ninguém escutar.



Ó, Nobre, coração Humano!
Fica angustiado a procurar...
Motivos para viver, ser feliz...
A vida, por si só, já é o Cantar!



Não há carência de vírgulas, pontuações...
Nem de muitas canções para destacar.
A Felicidade não é passageira,
Não se trata de um momento em algum Lugar.



A Vida tem sua própria Sinfonia.
E Nós... 
A Nota que Cadencia!
Linda melodia que devemos Entoar...



Vida.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Carta


É...


... Há muito tempo que meu tempo não volta atrás...
Parando na calçada adulta da infância do imaginar.
Perspicaz astúcia do saber juvenil,
Querendo alçar um voo mais alto do que o próprio vento lhe permite.



Viu?



Voei e pousei no parapeito do braço que se debruça, agora, para me Ler.

Aurora Bela de um saber...



Você.




Ao Invés de curtir nalguma dimensão,
De fazer parte da crônica dramática do Não,
Ou largar-me na insônia de um vão coração...
Preferi abrir "Os Livros"...

E fechar-me à Luz de minha escuridão.

Mas voltei a Cruz, e vi reluzindo, em tanto "Azuis", um céu diferente de se ver...



Teus olhos.



Refiz-me algumas complexas perguntas que, simplesmente, as faço a você:



O que é viver?



E nas lembranças cicatrizadas,
Nas fotos arranhadas, lembrei-me das feridas...
E o quanto me machuquei e feri,
Ao tentar sanar a dor e sentir o Amor.


Aaaa... 



O Amor...!



Célebre frase de um sensato Trovador.

Por isso, e um pouco mais que isso, preferi sair de cena e ensaiar um novo Dilema:



Doador



Doei meu tempo, meus Livros e meu Clarão... 
Minhas falas, meus gestos e todo o meu coração.
Engoli sapos, sacos... 



Até Mentiras!



Vomitei lágrimas na solidão.


Mas...


O que eu queria, mesmo, era ouvir alguém dizer:



"Saudade, preciso te ver...!"



Egoísta?
Pretencioso, talvez!
Mas retorno aos porquês:



O que é viver?




Talvez vivendo a gente descubra...



Isto não é uma cantada, é uma Denúncia!



 PS. Voei



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Esperando


... Acordei na lucidez de um sonho Branquinho...

Seus olhos! 


Seus olhos!


Seus olhinhos...


Eu Pedia para, longe, me levar.


E na confusão de braços escolhi o seu...!

Mas, distante, estávamos para eu lhe segurar.

Ao longe,


Vi seus cachos soltarem...

Meu choro em seus risos se afogarem...
E nesse berço de nostalgia,Vi nascer uma Flor...

Por que atormentas até minhas noites?

Fale-me, por favor!

Até quando iremos nos encontrar...    
Estando tão distante?


Até quando, em meu presente,

Estarás no passado de minha Constante?

Já não suporto mais... 


Pensar, sonhar, 


Nem supor...


 O que semeei em terreno utópico...

Nasceu apenas um fim...!

... O de Acreditar que um dia serás...

Meu Eterno Amor.




terça-feira, 6 de julho de 2010

Dádiva

Tinha uma Pedra que eu gostaria que fosse uma ave.
Planar pelo infinito e navegar pelos mares.
Mas ela era muito dura e não planaria por muito tempo.
E como não sabia nadar e pesava mais do que o ar,
Cairia no fundo do alento.

Pensei, então, se gostaria que eu a carregasse.

Levaria ela ao céu e nadaria com ela em outras faces.
Ensinaria como voar e como velejar por entre águas e molhares.

Percebi que eu não sabia o que estava a propor.

Pois não é a Pedra que não sabe nadar ou voar...
Sou eu que não sei o que sou.

Pois tudo que existe tem seu trajeto,

Uns como folha outros como inseto.
Uns pra sonhar outros para fazer.

E assim como tudo, ela também fazia o seu dever.

Ensinava os apreçados a cair 
E os humildes a entender,
Que não é quão dura seja uma pedra
Nem sua forma de proceder.

E assim eu compreendi, que não é pena que devo ter,

É a certeza de que não é a forma do objeto,
Nem qual seja o seu trajeto,
Que irão influenciar em seu prazer.

É a consciência de sua dádiva,

E como aplicar isso em seu viver.


Meu semblante quanto ao teu

"Quando meu sorriso toca

O canto de minhas orelhas

É porque estive contigo."


Alguns casamentos não passam de uma aliança de papel.

Pois não há sentimento em volta
De um vestido, festas luxuosas
Ou em um simples pedaço de anel.

Dizem que é constatação de um fato...
Mas quem constata amor não é ata, nem oficio barato!
É o emaranhado de dois corações
E a liberdade mútua entre os conjugados.

Ainda, como se não bastasse, precisa-se de testemunha.
Que absurdo!
Testemunhar o amor alheio, é isso?
Ou Constatar Negócios, em suma?!

Para quem, ainda, acredita...
Amar não precisa ter em volta o brilho do ouro
Nem o olho confirmante do outro.
Precisa-se apenas dos amantes e do envoltório amoroso.

"Quando meu sorriso toca

O canto de minhas orelhas

É porque estive contigo."


Não há comprovação melhor que a aura do amanhecer,
Que o sopro do céu e o arrebol do alvorecer.
As frutas no cacho e o suco por fazer.
A cachoeira para se banhar
E o amor para proceder.

Se casar representa algema de papel
E ouro a granel...
Morrerei só!

Mas, se certo estiver,
Ainda que não haja flor,
Firmarei o laço matrimonial
À vista da natureza
E como testemunha o Sol e seu ardor.

Alguém disse que quando se tem amor
Só precisa-se de um lençol e uma casinha de pano.
Acredito que nem do Pano...
Pois não há o que esconder
Quando se trata de um sentimento magnânimo.

Se acredito?
Acredito, sim, no Amor!

Pois Vivo da Esperança e do Trabalho de Escultor.
Cada ser humano é um artista, basta dar vida ao seu roteiro.

"Quando meu sorriso toca

O canto de minhas orelhas

É porque estive contigo."


Amor...

...Amor?!

Amor!

Amor.


Querubim

Em meio a tantas Danças
Encontrei um estranho Querubim.
Exausto de suas longas andanças
Decidiu descansar, em fim.

Era distinto, orgulhoso...
Mas nada farsante.
Um pouco incisivo e misterioso,
Porém muito apaixonante.

Contou-me de suas jornadas
E o quão foram proveitosas.
Acontecimentos benéficos e maléficos,
Todos em forma de aprendizagens gostosas.

Me ensinou, sem muito intuito,
Uma belíssima forma de se viver:

"- Não tenha medo de apostar alto,
Só o medo pode perder!


Arranque sempre um sorriso
E o faça sempre proceder.


Saiba aceitar as dores...
Compreenda o sofrer.


Ame, se apaixone!
Mas com cautela...

Para não se arrepender."



Seu semblante...
Suave como a Aura do Amanhecer.
Seu sorriso... Uma enclave!
Até hoje tento entender.

Seu busto, sim...!
Seu busto...!
Um Mar de Lágrimas...
Fazia a epiderme enlouquecer.

Um belo convite para adentrar...
Em seu mundo... 
E se perder!

Comecei a me envolver interessado.
Já era tarde da noite.

Quem sabe um beijo roubado?
Não...!
Seria desafiar a Corte!

Por um momento criei coragem...
E "um beijo" eu lhe pedi.

Pr'a cima de mim ele partiu
Mas com medo fiquei...
Do que haveria por vir.

Foi quando um sorriso em seu rosto,
Inefavelmente, apareceu...
E com carinho me indagou:



"- Por que queres "um beijo" meu?
Se o mundo eu posso lhe dar,
E nele viver ao lado seu.


No entanto, 

Uma outra lhe faço:
Como pretendes me amar?


De dois Nós se faz um Laço,
Mas...

E se ele Destrinchar?"


Respondi com muita pressa,
com medo de ideia ele mudar.



"- Não se preocupe, meu caro Anjo,
Farei o possível para não lhe decepcionar.


Deixe-me, primeiro, assumir o cargo...
Para, depois, poder, medidas, tomar.


Ao lado de você, meu grande amor,
Iremos pelo mundo flutuar."


E assim, nos entrelaçamos...
Até o mais anoitecer.

Utopias almejamos,
Banho no mar tomamos,
Para casa, junto, voltamos...
Pernando, sem perceber...

Que acabara de iniciar uma Fábula
Que daria muito o que dizer.




"Um Querubim Peralta...
Que apareceu em minha vida.


Deixou-me Governar em Alta,
mas acabou me deixando sem saída.

Um Querubim Sapeca...
Sapecou meu coração.


Biografou em meia década
O ar que respirarei...
Pelo resto de minha peregrinação."