terça-feira, 6 de julho de 2010

Dádiva

Tinha uma Pedra que eu gostaria que fosse uma ave.
Planar pelo infinito e navegar pelos mares.
Mas ela era muito dura e não planaria por muito tempo.
E como não sabia nadar e pesava mais do que o ar,
Cairia no fundo do alento.

Pensei, então, se gostaria que eu a carregasse.

Levaria ela ao céu e nadaria com ela em outras faces.
Ensinaria como voar e como velejar por entre águas e molhares.

Percebi que eu não sabia o que estava a propor.

Pois não é a Pedra que não sabe nadar ou voar...
Sou eu que não sei o que sou.

Pois tudo que existe tem seu trajeto,

Uns como folha outros como inseto.
Uns pra sonhar outros para fazer.

E assim como tudo, ela também fazia o seu dever.

Ensinava os apreçados a cair 
E os humildes a entender,
Que não é quão dura seja uma pedra
Nem sua forma de proceder.

E assim eu compreendi, que não é pena que devo ter,

É a certeza de que não é a forma do objeto,
Nem qual seja o seu trajeto,
Que irão influenciar em seu prazer.

É a consciência de sua dádiva,

E como aplicar isso em seu viver.


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